Andar e apreciar o casario colonial dos primeiros séculos de uma Bahia que ainda crescia. Contemplar o belíssimo por do sol do alto e deslumbrar toda a visão da Baía de Todos os Santos. Conhecer a história da primeira capital do Brasil, dos seus personagens ilustres e das relíquias arquitetônicas e culturais, fazem parte dos roteiros turísticos para quem visita Salvador e o seu Centro Histórico.
Reduto de artistas plásticos, escritores, arquitetos, produtores e músicos, o Santo Antônio Além do Carmo, na antiga entrada de Salvador, e roteiro por onde passa o tradicional cortejo do Dois de Julho, data da Independência da Bahia, surpreende pela gastronomia diversificada regional e internacional.
Cercado por uma atmosfera cosmopolita, a área, que fica entre o Largo do Pelourinho até o Largo de Santo Antônio, tem muito mais que o antigo Convento, hoje transformado em um hotel cinco estrela. Tem cafés, bares e restaurantes requintados, ambientados nos casarões coloniais. Boa comida, boa bebida e uma vista da Baía de Todos os Santos de perder o fôlego.
No Santo Antônio Além do Carmo, como em qualquer lugar, o visitante vai sempre encontrar um acarajé ou abará. Mas ali, nesse pedaço requintado do Centro Histórico, ele também vai encontrar comidas européias, africanas e da América do Sul. Numa viagem gastronômica que vai do Marrocos para a Argentina, com escala na Itália. E tudo isso num trecho de pouco mais de 300 metros, na Rua Direta. Dá para apreciar um cuscuz com chá de hortelã, a uma comida típica da Argentino. A um dos deliciosos pratos italianos.
África – A versão da iguaria é servida pelo marchand Dimitri Ganzelevitch numa generosa tigela tem grãos de trigo e sete legumes: cenoura, abóbora, berinjela, cebola, nabo (eventualmente), abobrinha, tomate e repolho. Ele ainda acrescenta grão de bico e uma proteína, que pode ser frango, peixe ou carneiro. Para acompanhar, dois molhos: um no qual se cozinhou a carne, bem levinho. O outro, chamado Harissa, é vermelho, aromático e apimentado. A recomendação é diluir um pouco do segundo no primeiro e pôr na comida. O ambiente é um casarão do século 19 (nº 177), com vista para o mar, cabem até 20.
Europa – Que tal uma típica massa italiana com muito queijo e um bom vinho? . Ela pode ser encontrada todas as quintas-feiras, entre o pôr do sol até 22h na Pousada do Boqueirão (nº 48). Ali, o preparo artesanal e individual, dos pães à porqueta, onde os papardeles vêm com uma carne de caça. Já teve paca, veado e pato. Destaque para a Salada de camarão na laranja de umbigo, o Involtini de berinjela ao forno, o Espaguete à pescadora , e o Linguine ao pesto e camarão.
América do Sul – O Pysco (nº 42) tem várias opções internacionais. Difícil não apreciar o drinque peruano Pisco Sauer, feito à base de sumo de limão, clara de ovo e pisco (aguardente de uva), finalizado com três gotas de Angostura (uma infusão alcoólica de ervas). E isso como um antepasto para o Cordeiro ao molho malbec com pimentões defumados e assados, que com pão caseiro feito em panela de ferro fica imperdível.
Existem ainda várias outras opções para quem frequenta ou quer conhecer o Santo Antônio, e apreciar a vista para a Baía de Todos os Santos desfrutando de uma boa bebida, visitar os ateliês do bairro e ir à roda de samba do Grupo Botequim, que acontece sempre nas últimas sextas-feiras do mês.